quarta-feira, 27 de julho de 2011

Skate and Destroy

Skate and Destroy, quando era adolescente, eu lia essa frase de uma maneira única.



Isso me ‘adrenava’ rumo a um grind muito corrido, para que meu eixo destruísse a borda, qualquer uma, pra curar a motivação que aqueles tempos injetavam na veia. Além de deixar os eixos sempre gastos, a palavra "Destroy" também me tornava mais rebelde. Eu pensava em destruir os conceitos velhos, aquelas ideias que podiam me afastar daquilo que eu tanto gostava, que era viver em cima do skate. Pra mim, a leitura da palavra destruição era algo positivo, sinônimo de revolução, algo que vinha da vontade de viver mais e melhor. Mas eu também via que a palavra inspirava sentimentos agressivos, e quanto mais o tempo passava, a falta de entendimento da metáfora que a expressão representava, as atitudes de destruição entre amigos, ou até de pessoas destruindo coisas que elas não construíram, me incomodava. Eu respeitava as diferentes interpretações, contanto que elas não construíssem atitudes de invasão a liberdade do próximo. E me perguntava: será que vale uma expressão não compreendida?

No sábado, dia 25/07, a vontade de andar de skate me levou até a cidade de Piracicaba (SP), no evento Rheumatics, dos meus amigos Cristiano Pira e Rogério Lemos. A ideia do evento era uma verdadeira Skate Party com tudo o que se tem direito. Rock e Punk ao vivo e a sessão sempre lotada na pista, com os locais piracicabanos mostrando muita receptividade. Ninguém estava ali para ganhar algo ou disputar pra ser o melhor. Importava somente o espírito de confraternização e alguns sacos recheados de produtos distribuídos conforme as coisas aconteciam, cortesia dos patrocinadores que acreditaram na ideia. O cabelo mais louco levou um prêmio, o pior tombo e o grind mais corrido também. A premiação era dada em um saco preto, ninguém sabia o que tinha lá dentro. O locutor anunciava "O rato morto dentro do saco preto vai para…". Diversão, churrasco, prêmios, amigos e muita destruição. Sim, na hora certa, a palavra "destroy" voltou na sua melhor forma. Renovada, mastigada pelo tempo e com a sua essência preservada, fazendo apenas os copings sofrerem. Muitas pessoas que amam andar de skate, se divertir e destruir as amarras que a idade e a sociedade nos entrega, estavam lá. E a resposta veio clara: vale a expressão sempre, porque menos dia, mais dia, ela será entendida na sua forma mais pura. Skate and Destroy forever.

Fonte:www.campeonatosdeskate.com.br

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