sexta-feira, 18 de junho de 2010

Entrevista: Steve Van Doren

Homem à frente de uma das mais tradicionais companhias de tênis do mundo, Steve Van Doren esteve de passagem no Brasil acompanhado das lendas Tony Alva e John Cardiel.



A visita marcou o início de uma nova fase da Vans no país. Durante um típico almoço brasileiro, em meio a pedaços de torresmo e cumbucas de feijoada, conversamos com o empresário que enxerga o Brasil como a segunda maior potência mundial do Skate. Confira.

Qual a expectativa sobre essa nova fase da Vans no Brasil?
Nossas expectativas são grandes. Estamos entrando em um mercado estruturado, com marcas atuantes e mídia especializada. Nos associamos a uma nova distribuidora e vamos trabalhar a forte ligação que temos com os esportes “core”, música e arte. Estamos há 4 anos em um novo processo de distribuição e posicionamento da marca, com maiores investimentos. Em 2009, enquanto a economia mundial passou por uma grande crise, crescemos dois dígitos somente nos EUA. Na Europa fomos bem e na América do Sul teremos que traçar um bom plano para recuperar esse gap. Nosso foco é distribuir mais tênis, aumentar a presença da Vans em várias regiões do país.

Qual o motivo dessa sua visita ao país?
Viemos ao Brasil para apoiar e dar todo o suporte necessário para essa nova fase da Vans. Convidei o Tony Alva, uma lenda do skate que está na marca desde a década de 70 juntamente com o John Cardiel, que está conosco há 15 anos. Acredito que eles representam exatamente a atitude e tradição de 44 anos da Vans. Nossa presença é justamente para sacramentar essa nova fase da marca por aqui.

Em alguns países da América do Sul, como Chile e Argentina, a presença da Vans é muito forte. Por que no Brasil ainda não aconteceu o mesmo?
É exatamente esse cenário que queremos mudar. Já estamos estabelecidos há 10 anos nesses países (Chile e Argentina) e conseguimos montar equipes com pessoas que entendem o conceito da marca. Ao meu ver, o Brasil é o segundo maior mercado, ficando atrás somente dos EUA. Existe um mercado potencial, com cerca de 20 milhões de consumidores e vamos desenvolver um trabalho sério para atingi-los. Num futuro próximo, quero encontrar no Brasil uma fábrica que consiga produzir um tênis com a mesma qualidade dos que fabricamos hoje nos EUA.

A Warped Tour tornou-se um enorme e duradouro festival. O que isso representa para a marca?
Fazemos o festival há 16 anos e isso me deixa sempre muito empolgado. Vou a pelo menos 75% dos eventos e fico desde o início até o fim para ver se está tudo acontecendo da forma como queremos. Todos que fazem parte da empresa dedicam-se muito para a realização da Warped Tour, é nossa melhor ação de marketing. Passamos por pequenas cidades de 45 grandes estados da região da Califórnia, levando 8, 9 horas de música com preços que variam entre U$25 e U$30 dólares. Atingimos cerca de 630 mil pessoas diretamente. Meninos e meninas na faixa etária entre 13 e 18 anos, sendo que deste total, 58% de nosso público é formado por meninas. Para a edição desse ano, já vendemos antecipadamente 30% dos ingressos pela internet.

E quando veremos a Warped Tour no Brasil?
Com essa nova parceria, é totalmente possível fazermos o evento no Brasil.

Hoje existem inúmeras marcas de tênis de skate. O que a Vans faz para permanecer no topo por tanto tempo?
Quando meu pai fundou a empresa, lembro-me de toda sua dedicação e como foi difícil crescer. Hoje, 44 anos depois, vejo gigantes empresas do mercado de esportes voltarem os seus olhos para o nosso universo. Fico feliz quando pequenas empresas que apoiam e investem no mercado de skate lutam para chegar ao topo. Permanecer no topo depende de muito trabalho, acho que nossa longevidade está na qualidade do produto e no nosso apoio ao mercado.

De que forma a Vans preserva essa essência “core”?
Em 44 anos de existência, atingimos diferentes gerações e fizemos parte da vida de muitos jovens que hoje são pais e até avôs. Acho incrível, é legal ver um cara com minha idade usando o mesmo tênis de sua filha e neto. Isso tem total relação com nossa essência e ligação com a música, arte e esportes de ação.

Por: Charles Franco
Fonte:www.campeonatosdeskate.com.br

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