terça-feira, 28 de setembro de 2010

Entrevista Ale Youssef

Um dos melhores presentes que o Skate já recebeu, na cidade de São Paulo, foram as pistas de Skate dentro dos CEUS (Centros Educacionais Unificados).



Desde sua construção, essas pistas viraram pontos de sessões memoráveis, de encontros, eventos e, conseguiram, além de trazer uma motivação pro esporte, resgatar gerações que viram naqueles espaços um novo recomeço. O sucesso dessas pistas em São Paulo serviram como exemplo para que outros munícipios também construíssem as suas. E nos últimos cinco anos o boom de contrução de pistas de Skate públicas em todo o Brasil é uma realidade.

Naquele início de década, quem esteve por trás do trabalho com o Skate, na gestão da prefeita Marta Suplicy, era o então Coordenador de Juventude Alexandre Youssef. Articulou a construção das pistas e a realização de eventos, e garantiu, além de tudo isso, o respeito ao Skate nos orgãos públicos. Esse ano Ale Youssef decidiu candidatar-se a Deputado Federal com uma proposta diferenciada e com toda a bagagem de cultura urbana, arte, música e, claro, o Skate. A CemporcentoSKATE, incentivando candidatos que possam representar uma renovação em Brasília, no Governo Federal, convidou Alê Youssef para esse entrevista exclusiva.

Em 2000 você promoveu um encontro entre a então candidata a prefeita Marta Suplicy e os representantes da Confederação Brasileira de Skate e Federação Paulista (Alexandre Vianna e Taroba), pra criar um compromisso de agenda da gestão da Marta, com as demandas do Skate da época. Você se lembra desse encontro?
Claro que lembro! Foi muito legal pois aproximou os representantes do skate da candidata à prefeita antes da sua vitória. Eu articulei esse encontro para garantir que o skate fosse efetivamente atendido em suas demandas. Acho grande parte do sucesso das ações que fizemos (pistas, campeonatos, circuitos e reconhecimento) rolou muito por causa desse encontro. Acredito demais no diálogo e percebia a força do skate e o impacto dele sobre a galera. Era fundamental expor tudo isso para a candidata e já deixar na cabeça dela a importancia de ações pró skate. Quando fomos pedir mais tarde ações concretas, ela nos atendeu.
Uma vez prefeita, em 2001, Marta te convidou pra assumir a Coordenadoria da Juventude, uma nova "secretaria especial" criada por ela, para atender as demandas da juventude sem espaço nas políticas públicas. Me lembro que umas das primeiras ações da Coordenadoria, foi justamente ir atrás das demandas que haviam sido colocadas naquela primeira reunião com a Marta. São Paulo não tinha pistas de Skate públicas e era isso que os skatistas queriam naquela época. Como foi a história da construção das pistas de Skate em São Paulo?
Sim. A grande demanda era de pistas. Iniciamos um processo interno de convencimento da EMURB (empresa municipal responsável por intervenções urbanas) para construção das pistas. Ao mesmo tempo fizemos o MAPA DA JUVENTUDE, grande pesquisa sobre comportamento do jovem que mostrou o skate como segundo esporte mais praticado. Ai juntamos as coisas: pesquisa, processo de convencimento e articulação com a prefeita antes da eleição. O resultado foi muito positivo, pois pudemos inclusive envolver a Conferedação de Skate na idealização das pistas e chamar o Jorge Rotatori para projetá-las, afinal, não bastava termos pistas, elas tinhas que ser feitas por um especialista homologado pelos próprios skatistas. Esse foi um belo exemplo de com fazer política do bem. Golaço!

Além das pistas, a Coordenadoria, na sua gestão, fez campeonatos, eventos e incluiu o Skate em diversas agendas da cidade. Conta um pouco disso.
Sempre falavamos que não bastavam as pistas, precisavamos de reconhecimento e valorização do Skate. Por isso incluímos todas as etapas dos Campeonatos Brasileiros do período no calendário oficial da cidade. Também incluimos o Skate em vários eventos oficiais e criamos o Circuito Municipal de Skate Amador, para fomentar a cena, estimular o uso das pistas e revelar novos talentos.

Você sentiu-se realizado quando saiu da Prefeitura depois daquele turbilhão de ações e realizações em diversos segmentos jovens que estavam esquecidos, Hip Hop, Grafite e Skate? O que você aprendeu sobre Skate e o que você acredita que deve ser a postura do governo (em qualquer esfera - municipal, estadual, federal) em relação ao Skate?
Muito realizado. Hoje em dia dá um baita orgulho de perceber que todo aquele trabalho resultou em muita coisa, especialmente em relação ao Skate, que já falamos aqui e tanta coisa boa rendeu e o Graffiti que foi efetivamente reconhecido como arte da cidade. Lembra como foi difícil isso? Todos achavam que eu era louco por apoiar esse tipo de cultura. Sobre o Skate aprendi muita coisa - a mais importante foi compreendê-lo como cultura, que vai além do esporte. É um estilo de vida libertário e independente que precisa ser respeitado. O poder púbico tem que entender justamente isso e atuar com o máximo zelo para apoiar e preservar essas caracteristas tão especiais do Skate.

Por: CEMPORCENTOSKATE

Fonte:www.campeoantosdeskate.com.br

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